A prática de exercício físico implica mudanças. Se mudar de atitude é o primeiro passo, e o segundo passa, claramente, pelo evitar das atitudes que impedem a vida saudável; o terceiro, diria eu, será aprendermos a adaptar-nos às variações bipolares do tempo que se têm vindo a sentir, pelo menos em Portugal.
Nos passados quatro dias, o calor intenso tomou conta do país. Em algumas zonas – não a minha! – os termómetros chegaram a marcar 48º e 49º. Na região de Sintra e Cascais – onde resido – os 40º foram ultrapassados por várias vezes.
A decisão de não deixar que o verão me vencesse foi tomada assim que ouvi o anúncio da vaga de calor (afinal, não podemos desistir das nossas 1001 Dietas!). O pensamento foi-me simples e natural: vou mais cedo e aproveito as horas mais frescas.
Em teoria, tudo bem! Levantei-me pelas 6 da manhã e equipei-me. Segui para a reta do Guincho, onde sempre corre uma aragem (ou um vento intenso).
Segui o meu caminho para uma caminhada de passo acelerado intervalada com períodos de corrida. E é aqui que se torna pertinente referir o início de uma competição acérrima entre mim e o Verão, que merece ser contada com referências específicas aos 3 dias nos quais me aventurei pela ciclovia.
Dia 1 da vaga de calor 
O primeiro dia foi, como referi, um dia de entusiasmo. Acordei às 5:45 da manhã, vesti o equipamento e cheguei mesmo a tempo de ver, pelo caminho, o nascer do sol. Liguei a minha app de running e segui com a decisão concreta de fazer 10 quilómetros.
Durante esta corrida, que supostamente sempre faço sozinha, acompanhou-me sempre uma legião de mosquitos, que insistentemente me pousavam sobre a pele, obrigando-me a fazer, a par com a corrida, todo um novo exercício de braços, tentando fugir de picadas.
O calor deveria ter feito nascer um sem fim de insetos durante a noite. Viam-se nuvens deles, esvoaçando no ar, em qualquer uma das direções. Cumpri, com algum desagrado, o meu objetivo e voltei para casa, à espera do banho e da pomada para as picadelas que, perante o cenário, eram inevitáveis.
Não deixaria, no entanto, que me vencessem os insetos.
Dia 2 da vaga de calor
Como não sou mulher de desistir e senti, honestamente, de uma forma algo infantil, que tinha “vencer” os mosquitos, no segundo dia, antes de ir para a minha corrida, resolvi colocar uma pulseira repelente.
Gosto desta opção porque me vai permitir, durante pelo menos um mês, estar protegida nestas “andanças”.
Escolhi a da Ztop, que recomendo. Durante os 10 quilómetros cumpridos, em corrida e passo acelerado, não vi um único mosquito pousado em mim nem senti qualquer picada.
Ainda assim, como nem tudo pode ser perfeito, com a aquisição da pulseira (e um bocadinho de sono a mais no toque do despertador), acabei por ir mais tarde. Ir mais tarde significou encontrar, de chapa, dois outros desafios do Verão: o de um calor abrasador e o de um sol intenso.
O calor, embora desconfortável, não foi nada que não se resolvesse bebendo um pouco mais de água do que habitualmente.
Já o sol, deixou-me nos ombros descobertos uma tonalidade avermelhada e uma sensibilidade desagradável. Se do primeiro dia tinha retirado borbulhas de picada, do segundo – sem mosquitos – retirei um escaldão.
Não deixaria, no entanto, que me vencesse o sol.
Dia 3 da vaga de calor
Continuei, honestamente, a fazer uma recusa à desistência, embora tenha planeado um trajeto mais curto (7 quilómetros) para o meu terceiro dia.
Com a pulseira repelente já na lista de objetos a levar, lembrei que tinha, também, de usar protetor solar.
Sou relativamente branquinha e tenho alguns problemas com todos os cremes mais pesados. Foi exatamente por isso que preferi a bruma da Bioderma (creio que o nome é Photoderm Bronz).
Este spray é leve e invisível e, na variante que adquiri, tem um SPF bastante elevado, de 50. Ou seja, garante a proteção, protege a pele e, ao mesmo tempo, não impede que ganhe um tonzinho enquanto faço desporto.
Fiz os meus 7 quilómetros com relativa facilidade e na companhia apenas do calor e só com o constrangimento de começar, já, a sentir o peso do exercício em três dias consecutivos.
Já não era o sol nem os mosquitos que me tentavam impedir. Já não era o Verão que me tentava impedir.
O desafio do Verão estava vencido. No dia seguinte, confesso… não fui!
Portanto, nos dias da vaga de calor, entre 2 e 5 de Agosto, o único dia em que não fui correr, foi o último. Mas sublinho. Não fui porque os três primeiros dias, seguidos, me fizeram necessitar de um dia de descanso.
Recuso e continuarei a recusar as desculpas para não ir. Acredito que, para cada problema, existe uma solução.
Hoje, dia 6 de Agosto, já voltei. Estava mais fresco e fiz 12 quilómetros. Comigo, levava a força de vontade que me moveu durante a vaga de calor e também a pulseira repelente e o protetor solar… pelo sim, pelo não!
Marina Ferraz
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